segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
Programe-se para o Feverestival
Barão Geraldo se transforma em pólo nacional de pesquisas de artes teatrais
Durante três semanas de fevereiro Barão Geraldo sedia o maior evento teatral na região de Campinas, na sua sétima edição. De 01 a 20 de fevereiro o VII Feverestival, Festival Internacional de Teatro de Campinas, tem em sua programação oficinas, espetáculos teatrais de nacionais e internacionais, infantis e adultos, Kombi itinerante e cabarés de variedades, que visam incrementar e discutir a prática teatral.
Serão três espetáculos adultos, dois espetáculos infantis, quatro espetáculos de rua, três espetáculos da cidade de Campinas, além de três espetáculos convidados pela organização (dois deles internacionais), realizados de quarta a domingo e selecionados por uma curadoria, formado por três pessoas.
Além da programação de espetáculos ainda acontecem três oficinas de segunda a sexta, aos sábados apresentações de números em um cabaré de variedades e ações externas com uma Kombi itinerante que leva espetáculos de rua para o centro e periferia da cidade.
O Feverestival surgiu a partir da necessidade de ampliar o intercâmbio que acontecia entre os diferentes artistas que visitavam Barão Geraldo por conta dos Workshops oferecidos pelo Lume e Barracão Teatro. Composto inicialmente de apresentações de espetáculos, mesas de discussão e demonstrações técnicas, o festival cresceu e passou a oferecer cursos de profissionais de outras localidades.
Ao longo de 23 anos, desde a criação do Lume, Barão Geraldo se tornou um pólo nacional de pesquisas na área teatral, e a qualidade desse trabalho é reconhecida tanto nacional e internacionalmente, quanto pela mídia cultural.
As inscrições para as oficinas se encerram dia 15 de janeiro. Mais informações no site www.feverestival.com.br.
O mal do século
A intolerância às manifestações alheias e diferenças individuais gera a miséria, a guerra, o crime...
Poderia ser a depressão, o estresse, a ansiedade, a violência, as drogas, o crime organizado, o flagelo da guerra, as várias faces da discriminação (racial, ideológica, social, religiosa), a fome e a miséria de muitos enquanto poucos desfrutam de fartura, a política de exclusão, a ignorância, o trânsito, a repressão oficial, o abandono dos menos favorecidos, desamor, rancor, ódio, desprezo, inveja, ciúme ou cobiça, entre muitos outros aspectos do mundo contemporâneo nada relevantes aos olhos de Deus, considerados individualmente ou em conjunto como o mal, ou os males, do século.
Mas pode-se arriscar que existe um fator preponderante e presente em praticamente todas essas manifestações como causa maior dos males do mundo atual: a intolerância às manifestações alheias e diferenças individuais. Foi daí que surgiram os primeiros grandes conflitos bélicos do século, os massacres de inocentes no paupérrimo país de Bin Laden, o Afeganistão de que poucos ouvem falar atualmente, e no Iraque que ainda possui bolsões de resistência. Tudo em resposta a uma outra intolerância, o ataque terrorista de 11 de setembro nos EUA, que até hoje não se comprovou a autoria, apesar dos esforços de comunicação imperialista. Tampouco foram encontradas as tais armas químicas intoleráveis que deram motivo aos ataques no Iraque.
Em nome da intolerância segue a carnificina do maior conflito do mundo no Oriente Médio entre judeus e palestinos. A intolerância ao novo e às mudanças são as causas da ansiedade, estresse e depressão. A violência, de uma maneira geral, é a manifestação da intolerância às condições de vida. A discriminação é uma reação, muitas vezes velada, de repulsa às diferenças humanas. A miséria e suas consequências, entre elas o crime e a prostituição, é fruto da cobiça em um mundo competitivo que exclui, por uma intolerância egoísta, a grande maioria.
É fácil notar a intolerância por motivos fúteis no trânsito, por exemplo, onde os motoristas não suportam que outros andem devagar, ou muito depressa, ou que cortem o caminho, roubem uma vaga, encostem na lataria, atravessem o sinal, entre outras ações comuns ao dirigir. A falta de respeito e educação em filas de caixas é outro exemplo de intolerância vulgar daquele que usa a lei de Gérson (a de levar vantagem em tudo) e daquele que tem seu direito usurpado.
A intolerância está presente até contra a liberdade de manifestação e opinião. O que poderia ser considerada uma grande conquista da humanidade contemporânea, que tem como instrumento maior a rede mundial de computadores, sofre ataques freqüentes, sistemáticos e organizados de hakers e internautas estúpidos no mundo todo. Uma ação que demanda grande esforço coletivo com um objetivo improdutivo e inconseqüente, prejudicial aos menos favorecidos e sem poder de defesa.
Há 40 anos as manifestações de protesto de jovens em todo o mundo eram através da música, das cores, das flores, dos longos cabelos e da liberdade sexual. A contestação da sociedade consumista ocupava as ruas, estádios e campos em diversas partes do mundo com a mensagem pacifista do amor. Hoje as grandes manifestações se resumem às comunidades GLS, aos fóruns mundiais onde predomina a política e nem sempre imperam a harmonia e concordância, e à violência coletiva em protesto contra a violência institucionalizada.
A tolerância é uma virtude, mas não basta para estancar seu antônimo, como funcionou a política de não violência de Ghandi. Os remédios contra a intolerância poderiam ser a compaixão e a solidariedade. Tornariam o mundo melhor para aqueles que padecem de Aids, câncer ou diabetes, também considerados como outros males do século. Reduziriam a miséria, a guerra, o crime, o estresse, a depressão e a discriminação, entre outros males.
Se o esforço coletivo dos jovens cibernéticos inconsequentes fosse direcionado a uma ação produtiva de inclusão de outros menos favorecidos, com o acesso aos bens do capitalismo, como estes certamente possuem por dominar a tecnologia, talvez o mundo ficasse um pouco melhor, ou menos pior do que pretendem. Ou então no lugar de vírus e programas maliciosos, pichassem os sites institucionais com flores, cores e mensagens de amor, o mundo certamente seria mais agradável.
É bem mais fácil tornar o mundo pior. Então, porque não, aceitar um desafio maior?
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