segunda-feira, 29 de junho de 2009

Todo mundo vai ao circo, mesmo se for no teatro


Palhaço, mágico, malabaristas, acrobatas, adestrador de animais e toda a magia do circo transportada do picadeiro ao palco do teatro. Esta é a fórmula encontrada pelo Circo Bolshoi, um dos mais tradicionais do mundo, para viabilizar espetáculos ao grande público.

Com preços a R$ 6,00 o teatro fica lotado por um público diversificado composto na sua grande maioria por crianças ávidas por diversão em cidades do interior. “Vinhedo possui uma das quatro salas melhor estruturadas em todo o Brasil para abrigar este tipo de espetáculo”, destacou Augusto Stevanovich, proprietário do Circo Bolshoi no Brasil, com 15 anos de estrada pelo País, no intervalo da apresentação em Vinhedo. “Foi a primeira de uma série de promoções que pretendemos trazer para o público de Vinhedo”, destacou o diretor de Cultura, Paulo Ramos.

O espetáculo começa com o palhaço descontraindo o público chamando para a participação, que marca a maioria das esquetes. São apenas sete artistas no elenco, que pode chegar a 36 dependendo do tamanho do espaço, que contagiam o público com performances de tirar o fôlego. Youlia Simonova, uma bela loira, faz o papel de mágica e malabarista em diversas apresentações. Homiskaya Tatiana, uma senhora de 71 anos, impressiona pela disposição física em quadros de acrobacia e dança. Nicolai, o palhaço, leva o público ao delírio em cenas hilariantes.

Alan Stevanovich, filho de Augusto, de apenas oito anos, mostra toda a habilidade no adestramento de periquitos australianos, e as assistentes Ludmila, Alexia e Liúbia dão suporte aos artistas e demonstram habilidades também nas cenas de mágica e dança. “Alan é neto de Michail Simonovi, que passou um tempo em Cuba ensinando adestramento de animais”, conta Augusto Stevanovich, para mostrar a veia artística do filho.

Praticamente todas as cenas do palhaço contam com a participação do público, crianças e adultos que são levados ao palco para também testar a performance artística. Algumas cenas de mágica também contam com a presença de crianças. Essa interatividade dá maior dinâmica ao espetáculo e estimula o público. “Procuramos fazer um espetáculo enxuto, com cenas mais curtas, próprias para o público do teatro”, esclarece Stevanovich. “O público de teatro não vai ao circo, e o público de circo não costuma assistir a peças de teatro. Estamos tentando unir esses públicos”, reforça.


O Bolshoi é um estatal russa que possui, além do circo, também grupos de teatro, balé e música. “Na Rússia a maioria das cidades possui espaço fixo para o circo. Em Moscou as apresentações têm espaço no calendário turístico, e o público é fiel, estimulado pelos preços de ingressos a cerca de US$ 3 (três dólares)”, destaca Stevanovich.
A adaptação dos espetáculos aos palcos de teatro é uma tendência para manter a tradição circense independente dos altos custos de transportes da estrutura de um circo convencional. Mesmo assim o Bolshoi viaja com seis caretas para transporte de uma tenda onde realiza os espetáculos.

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