quarta-feira, 8 de julho de 2009

Mané Borges: Uma das maiores 'lendas' de Vinhedo


Conhecido como um dos mais ilustres cidadãos vinhedenses, 'Mané' conta um pouco da sua fantástica história

BRUNO MATHEUS
bruno.matheus@folhanoticias.com.br

Do que se precisa para ser feliz? Quanto 'custa' para se ter uma vida plena e satisfeita? Uma boa reflexão sobre estas perguntas pode ser feita após um incrível papo com uma das maiores personalidades vinhedenses: Mané Borges. Quem não conhece, no mínimo já ouviu falar dele. Cidadão das ruas e bares, ele possui uma popularidade tão grande que alguns afirmam que o ilustre poderia ser facilmente eleito para vereador. “Quem não conhece o Mané, não conhece ninguém”, resumiu um de seus amigos.
Após um 'concerto' musical no 'Bar do Becker', na Rua Jundiaí – Centro, o 'multi-instrumentista' contou um pouco de suas experiências e histórias fantásticas com muita simpatia e bom humor.

Início na roça
“Nasci em Vinhedo mesmo e desde cedo trabalhava na roça carpindo. Perdi minha mãe com nove anos mas ela me ensinou que eu não devia roubar nunca. Depois fui criado por minha tia e estudei até a 2ª série. Mesmo nas ruas, nunca fumei e sempre tive boa conduta”, contou Mané. Ele também afirmou que já trabalhou na Rigesa, em Valinhos, época em que foi casado e teve quatro filhos. Aliás, foi nesta mesma fase que um certo dia Mané teve sua vida transformada.

A sorte grande
“Foi em 1973, eu estava saindo do trabalho quando um homem passou na rua e insistiu para que eu comprasse um bilhete de loteria. Eu não queria, mas resolvi arriscar. Quando vi o resultado depois, quase caí de costas”. Mané Borges ganhara uma 'bolada' na loteria o que garantiu ser hoje o equivalente a R$ 300 mil. “Porém, nesse tempo eu bebia muito e também comprei muitos carros, mesmo sem nunca ter tirado carteira de motorista. Um dos automóveis que tive foi um Simca Chambord vermelho e branco (um dos carros mais desejados da época). Gostava muito dele e fiquei com o 'Rabo de peixe' uns cinco anos até vendê-lo para o Kadú Galvão, que me pagou o triplo do valor. Hoje ele está lá no Wooly Bully”, relembrou.

Da 'pinga' a Turbaína
Mané Borges sempre vagou pela cidade, principalmente pela região central e praça Sant'Ana. Por tocar vários instrumentos, “toco violão, timba, percussão e canto”, afirmou, foi integrante da famosa 'Banda do Brejo' em Valinhos, onde tocava zabumba. O ilustre vinhedense também atuou nos desfiles da extinta escola de samba Garganta Seca. No entanto, por seus problemas com o alcoolismo foi internado na casa de reabilitação 'Raio de Sol'. Também passou dois anos e meio na 'Toca de Assis'.

Pelo tempo 'fora' das ruas, muitos pensaram que Mané tinha morrido. Recuperado, Mané continua frequentador assíduo de vários bares da cidade como o 'Bar do Rocha', mas só para manter o papo em dia com os amigos pois largou a 'pinga' e agora só toma Turbaína e leite.

O legado de Mané Borges

Detentor de um impressionante carisma, o personagem das ruas afirmou também que é sobrinho do lendário homem do poço. Piadista, sobre sua fama contou: “Uma vez eu estava em Ribeirão Preto sem carta, achei que ia ter o carro apreendido mas o policial que me viu me conhecia. Ele me parou e falou: 'Mané, você está sem carteira, né!?', eu admiti que sim e ele concluiu: 'Vai, pode seguir sossegado'.

Hoje, aos 61 anos, é praticante de bocha (afirmou que é campeão), sinuca, dominó e jogos de baralho como 'bisca'. Até pouco tempo atrás catava latinha mas atualmente atua mais como 'músico' às sexta-feiras no 'Bar do Becker', onde se apresenta com vários amigos entre eles João Cigano. Sobre seu gosto musical comentou: “Gosto de Nélson Gonçalves, Raul Seixas e Elvis Presley, mas meu gênero favorito é música caipira”.

Mané Borges está presente até no site de relacionamentos orkut, onde a ele é dedicada uma comunidade que integra 370 membros. A 'lenda' vinhedense finalizou proferindo: “Já fui atropelado várias vezes, assaltado e até me botaram fogo (ele passou quatro dias internado. Contribuo com as pessoas doando sangue, sou O positivo – doador universal. Como no La Budega porque me fazem um preço legal. Ressalto muito a amizade pois quem tem amigo, tem tudo. Sou muito feliz assim”.

Um comentário:

  1. Parabéns pela postagem, Carlão! Muito boa e abordada de forma diferente, sem meias palavras!

    Bruno Matheus

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