Que os animais de estimação transmitem um afeto que faz bem para as pessoas a humanidade já sabe há milênios. A utilização deste princípio no apoio a tratamentos de doentes é recente e tem demonstrado bons resultados. O benefício é comprovado diariamente pelo Instituto para Atividade, Terapia e Educação Assistida por Animais de Campinas – ATEAC -, entidade sem fins lucrativos baseada em Barão Geraldo, com o uso de cães terapeutas em tratamentos clínicos de idosos e crianças.
“A presença dos cães melhora a saúde física, mental e social dos pacientes, além de reduzir o stress causado pela internação”, garante Sílvia Ribeiro Jansen Ferreira, presidente da entidade. Segundo ela, são realizados treinamentos e aulas para os donos dos animais, que são voluntários, com informações e palestras sobre psicologia e fisioterapia, noções de saúde humana e animal, sobre o comportamento animal e critérios sobre tratamento clínico.
Depois os animais passam por uma rigorosa triagem onde são avaliadas a saúde, que deve ser perfeita, a sociabilidade, a evolução do adestramento. São realizados ainda testes de comportamento em situações de stress e só então os animais podem ser considerados aptos a participar das terapias. “A avaliação dos cães é feita por profissionais, como medida preventiva, e existem algumas limitações para uso dos animais, como crianças em isolamento, por exemplo”, explica Sílvia.
A entidade trabalha atualmente com nove instituições da região de Campinas, entre elas os hospitais Ouro Verde (pediatria e clínica médica) e Mário Gatti (pediatria), Centro Corsini, Pestalozi e Adacamp (autistas), com um grupo de veterinários, psicólogas, fonaudiólogos, médico hematologista e clínico geral, fisioterapeuta, pedagoga e estagiários.
Sílvia começou a atividade a partir de uma experiência pessoal: um filho autista com síndrome de Asperger revelou sensível melhora na presença de uma cachorra da raça labrador, e a partir daí também evoluiu para uma interação melhor com seres humanos. Os primeiros trabalhos foram iniciados na entidade Pró Menor, no Jardim América, em Barão Geraldo, com o projeto “Criança e Cão em Ação”. Atualmente a entidade busca patrocínio e apoio para instalaçao de sede propria, que funciona na casa de Sílvia.
Como Ajudar
Sendo um voluntário, parceiro, efetuando doações de produtos ou mesmo doações em espécime.
Com doação em espécime para: Depósito Identificado - Banco Itaú - ATEAC CNPJ: 09.187.473/0001-14 - Agência: 1619 - C/C: 29940-5
Para outras doações: Ligue para (19) 3287.7317 ou (19) 9722.4999 - Silvia
Experiências são recentes
As primeiras experiências com zooterapia no Brasil datam da década de 50, quando a psiquiatra carioca Nise da Silveira, fundadora do Museu de Imagens do Inconsciente, já colocava pacientes psiquiátricos em contato com cães e gatos. Estes, inicialmente avessos aos animais, com a evolução da terapia aproximavam-se dos bichos, passando a cuidar deles e afagá-los. Foi um método terapêutico revolucionário numa época em que se tratava esquizofrenia com choques elétricos. No exterior, já havia pesquisas em países como França, Áustria, Hungria e Inglaterra.
Maria de Fátima Martins foi a 1ª docente que efetivamente colocou a Atividade e Terapia Assistida por Animais em prática com seu Projeto Dr. Escargot, no Brasil em 1998, após chegar de seu voluntariado veterinário na Escócia com soldados originários da Guerra do Golfo, que eram visitados e tratados de seus ferimentos com ajuda de cães.
Apesar do ceticismo ainda existente, a aceitação da zooterapia pelos médicos vem aumentando, como acontece com a acupuntura e a homeopatia.
Em abril do ano passado, durante a apresentação dos soldados dos exércitos do Brasil e Uruguai que estavam de partida para o Haiti, a ATEAC participou de uma simulação em 2 favelas de Campinas, ensinando o cuidado com os animais, com ajuda de veterinárias da entidade, e ensinando como estes podem beneficiar vidas fazendo algumas atividades já desenvolvidas na ATEAC. Após o trabalho, um vídeo da ATEAC foi entregue na sede do Exército em Campinas a pedido do Batalhão, para ser levado ao Haiti para que a população, que usa qualquer animal como alimento, conhecesse a utilidade do cão nas terapias formais do ser humano.
sexta-feira, 14 de maio de 2010
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