quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Inadimplência cresce em Campinas mas é estável na região



A inadimplência disparou no comércio de Campinas em julho, na comparação com o mês de junho, segundo levantamento da ACIC (Associação Comercial e Industrial de Campinas). As vendas caíram 2,63% na comparação feita com junho e cresceram 1,54% em relação a 2008, mas a inadimplência cresceu 22,28% na relação feita com o ano passado. De janeiro a julho o comércio em Campinas acumula 102.264 contas não pagas. O calote representa R$ 52 milhões.

Os índices de consumidores inadimplentes (devedores) no comércio da região oscilam de acordo com a realidade local, mas o movimento aponta para uma estabilidade na micro região, e até de queda do calote em geral. É o que acontece em Itatiba, onde os registros ao SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito) apresentaram queda pelo segundo mês consecutivo, conforme balanço divulgado pela AICITA (Associação comercial e Industrial de Itatiba).

Em Louveira, apesar do aumento de pedidos de cobrança de cheques sem fundo, a inadimplência permanece estável, segundo avaliação de Jaílson Marinho, presidente da ACE (Associação Comercial e Empresarial) de Louveira. “O consumidor está usando menos cheques no comércio, e grande parte é de pré-datados nas compras a prazo, mas a maioria usa cartões de crédito”, avalia. Para Marinho, o aumento dos pedidos de cobrança também são resultado da maior divulgação deste serviço oferecido pela ACE.

Da mesma opinião partilha Marcos Ferraz, presidente da ACIVI (Associação Comercial e Industrial de Vinhedo). Segundo ele o setor ainda sente os reflexos da crise mundial, mas não há dados recentes sobre a inadimplência, pois o uso do cartão de crédito aumentou e tal forma de pagamento só exige a consulta por parte da operadora, na hora de aceitar a proposta do cliente. "Com o crescimento dos cartões, automaticamente caíram o uso de cheques e as consultas aos serviços de proteção ao crédito", ressaltou Ferraz.

Cheques

Os dados da Região Metropolitana confirmam a redução no uso de cheques. No 1º semestre de 2009 foram compensados na RMC, cerca de 15.158 milhões de cheques, 11,8% menos que o 1º semestre de 2008, quando foram compensados 17.197 milhões. Desse montante foram devolvidos por falta de fundos no 1º semestre, cerca de 307,4 mil cheques, 0,4% acima dos 306,4 mil de 2008. Na relação cheques devolvidos a cada mil aumentou 13,75%. Foram 20,27 cheques devolvidos por 1.000 compensados de 2009, contra os 17,82 cheques devolvidos por 1.000 compensados de 2008. Em relação a valores, os 307,4 mil cheques devolvidos em 2009, representaram um total de R$ 299,5 milhões, correspondendo ao valor médio de R$ 974,30 por cheque devolvido por falta de fundos. Em 2008, essa relação foi de R$ 251,2 milhões, e de R$ 820,00 por cheque devolvido por falta de fundos. Observa-se que em termos de valores, o total de cheques devolvidos por falta de fundos de 2009, foi 19,0% superior ao de 2008.

Em nível nacional a relação cheques devolvidos / 1.000 compensados foi de 23,10 cheques devolvidos por 1.000 compensados em 2009, contra 19,90 cheques devolvidos por 1.000 compensados em 2008, o que representou uma expansão de 16,0% na devolução, portanto a devolução na RMC ficou em 13,75%, um pouco abaixo da média nacional. Especificamente no mês de Junho atual, foram devolvidos na RMC, cerca de 47.900 cheques sem fundos, contra os 45.600 de Junho de 2008, representando uma expansão de 5,04% no volume de cheques devolvidos.

Melhorias

O Indicador Serasa Experian de Inadimplência do Consumidor aponta para uma melhora na economia e menor inadimplência do consumidor no início do 2º semestre. A inadimplência do consumidor abriu o segundo semestre de 2009 em desaceleração. Na relação anual, julho 2009/2008, a evolução na inadimplência do consumidor foi de 6,9%, bem abaixo do verificado na comparação do 1º trimestre de 2009 (+11,4% em relação ao 1º trimestre de 2008), bem como comparativamente ao 2º trimestre de 2009 (+9,4% frente ao 2º trimestre de 2008).

Segundo os analistas da Serasa Experian, a perda de fôlego na inadimplência do consumidor, é devida a melhora na atividade econômica, já a partir do 2º trimestre de 2009, com os primeiros sinais de contratação de mão de obra; do retorno do crédito, com prazos mais longos, e o regresso das negociações de dívidas; das taxas menores de juros e do aumento na confiança do consumidor, que já começa a enxergar a crise pelo retrovisor.

Mesmo em ritmo desacelerado, a inadimplência do consumidor teve crescimento de 9,9% nos sete primeiros meses de 2009, na comparação com o mesmo período do ano anterior, depois de ficar estabilizada no acumulado de janeiro a maio (10,3%) e no semestre (10,4%). É interessante destacar que de janeiro a julho deste ano houve o agravamento da crise financeira internacional, concentrada no primeiro trimestre, enquanto que no mesmo intervalo de 2008, a economia crescia.

Em Itatiba, além da queda de inadimplentes, foi registrado aumento nas consultas do SCPC, o que significa mais consumidores comprando. Conforme o balanço divulgado dia 20/08 pela AICITA, foram incluídos 868 débitos em julho contra 999 em junho e 1.221 em maio. Ao mesmo tempo, os cancelamentos – que demonstram a preocupação dos consumidores em quitar suas dívidas e limpar o “nome na praça” – saltaram de 640 em junho para 714 no mês passado, mostrando que a retomada do crédito ajudou a renegociação de débitos no período.

Outra boa notícia para a economia itatibense é que as consultas ao SCPC – termômetro das vendas a prazo – também cresceram, favorecidas pelo clima frio e liquidações, sobretudo, de roupas de calçados. Foram feitas 18.985 consultas em julho contra 18.600 em junho. As consultas já tinham crescido de abril a maio (14.674 a 16.466 ) e de maio a junho (16.466 a 18.600).

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