A Prefeitura de Campinas, por meio da Secretaria de Saúde, recolheu mais de 500 pneus inservíveis nesta quarta-feira, 18 de novembro, em 21 endereços em Barão Geraldo e nos bairros São Marcos, Santa Mônica e Vila San Martin, na região Norte da cidade. A operação, coordenada pela Vigilância em Saúde (Visa) Norte, integra a estratégia de reforço nas ações de prevenção e controle da dengue no município.
Os supervisores de controle ambiental da Visa Norte mapearam borracharias e outros locais que acumulam pneus velhos em grande quantidade e, com caminhões, passaram nos endereços para recolher o material. Segundo o supervisor de controle ambiental da Visa Norte, Roberto Ribeiro de Souza, foram removidas cerca de 6,5 toneladas durante a “Operação Cata Pneu”. O trabalho é repetido, em média, a cada três semanas nos mesmos locais percorridos hoje.
Segundo Roberto, o pneu ainda está entre os principais criadouros do Aedes aegypti por vários motivos. Ele informa que o pneu ainda é muito encontrado no ambiente porque a produção é grande; porque quando não tem mais utilidade é desovado em terrenos baldios e beiras de córregos; e porque as próprias borracharias não sabem o que fazer com o pneu sem uso.
De acordo com a Vigilância em Saúde (Visa) de Campinas, a indústria está obrigada por lei a dar destinação ambientalmente adequada aos pneus inservíveis. No entanto, a regra não inclui coleta em terceiros, cabendo a cada comércio dar a destinação adequada aos seus pneus sem uso.
A Visa informa ainda que pneus não podem ser dispostos no aterro sanitário, nem entregues à coleta de lixo domiciliar.
Além de recolher e destinar adequadamente os pneus, a Visa Norte aproveitou a operação para promover ações de educação em saúde, comunicação e mobilização social, durante as quais propagou informações sobre dengue e deu outras orientações.
Caixas d'água
Além da Operação Cata Pneu, entre ontem (17) e hoje, também na região Norte de Campinas, em pelo menos 58 residências foram colocadas telas de proteção em caixas d'água, para impedir o acesso do mosquito da dengue. No Jardim São Marcos, segundo Roberto, foram encontradas larvas em 22 lugares e as amostras encaminhadas ao Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da Secretaria da Saúde de Campinas para seja investigado se trata-se do Aedes aegypti.
Os técnicos da Visa também realizaram ações de educação em saúde, comunicação e mobilização social sobre dengue, sintomas da doença, tipos de criadouros do mosquito, como inviabilizá-los e, principalmente, como manter caixas d’água em condições adequadas para evitar a proliferação do Aedes aegypti.
Segundo o biólogo Ovando Provatti, da Visa Norte, a caixa d'água mal cuidada se constitui num criadouro de elevada produtividade e positividade para o mosquito da dengue. “Na caixa d’água mal cuidada o mosquito encontra o ambiente adequado para se reproduzir durante o ano inteiro. Portanto, é um criadouro que não depende da chuva. Além disso, pelo tamanho e pela condição – sombreada e com temperatura adequada -, o mosquito utiliza muito este criadouro. Na maioria dos casos, a caixa d'água está num local de difícil acesso e as pessoas acabam não fazendo a inspeção e a limpeza”, diz Ovando.
O biólogo informa que a Sanasa indica a limpeza e manutenção da caixa d’água pelo menos a cada seis meses. Ele informa que, por se tratar de um recipiente muito grande, qualquer trinca possibilita o acesso do mosquito e diz que as pessoas se esquecem de olhar o respiro da caixa d’água, que também tem que estar fechado para impossibilitar a entrada do Aedes aegypti.
Campinas registrou, em 2009, 189 casos autóctones de dengue. Em 2008, foram 259. Neste momento, não estão sendo registrados casos da doença no Município.
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