segunda-feira, 12 de abril de 2010

Vereador contesta informações do Jornal de Barão

Campinas, 29 de março de 2010

Prezado Editor

A edição do Jornal de Barão, de 12 de março último, dedica as páginas 03 e 04 a duas reportagens sobre a situação enfrentada por parte dos moradores dos bairros Guará e Vale das Garças. O tom crítico dos textos acentua-se com o teor do editorial publicado na página 02, o qual resvala para ataques pessoais, sem qualquer fundamento ou elemento que venha a provar acusações totalmente improcedentes.

Sobre o teor do editorial, creio que beira à irresponsabilidade quando aponta “interesses particulares” como razão para a Prefeitura não dar atenção aos problemas do distrito. Como jornalistas que são, devem saber que se há uma acusação deve haver evidências e provas, aliás, que em momento algum são apontadas. Ao fazer a afirmação, sem provas, fica a leviandade. Mesmo porque, no nono parágrafo do editorial consta que “Vinte anos se passaram e até hoje os moradores do Guará não conseguiram pavimentar uma rua onde passa o ônibus escolar...”. Ora, e as outras não foram pavimentadas? E isso demora 20 anos? Ou seja, quem administrou essa questão antes do atual governo?

Depois, nos surpreendemos com ataques ofensivos, gratuitos, a mim e aos familiares do Dr. Hélio. Com qual propósito? Ou qual motivação? Podemos deduzir várias razões, inclusive, ao adotarmos o mesmo tom, na suspeição de interesses outros, até obscuros, que movem tais agressões. Temos consciência das condições de inúmeros bairros da cidade, muitos deles nascidos em loteamentos clandestinos geradores dos mais variados problemas e que, mesmo assim, receberam atenção e projetos da Prefeitura.

Os moradores e a comunidade do Guará e de outros bairros do distrito são pessoas corretas e sabem quando há quem procura induzi-las ao erro. O crescimento acelerado de Campinas causa, sim, transtornos, que nem sempre são resolvidos com agilidade. Mas isso não é uma particularidade do Guará e dos bairros próximos.  A afirmação, de origem anônima, sobre o “prefeito não fazer nada por Barão” soa eleitoreira e partidária, pois é típica de quem quer esconder a realidade. Ou de alguém frustrado por não ter obtido sucesso em suas demandas pessoais.

E por estar citado na reportagem da página 03, intitulada “Poder público cria (sic) problemas para o Guará”, venho oferecer os seguintes esclarecimentos:
O trecho da Rua Pedro Guidotti, no Guará, de fato, sofre, há tempos, pela inconclusa obra de infra-estrutura, a qual compreende a instalação de galerias pluviais, rede de água e esgoto, pavimentação etc.
A origem desse problema se encontra no tipo de loteamento, no qual se tentou instalar uma rede de galerias em desacordo com os parâmetros técnicos exigidos em lei. E a empresa responsável pela pavimentação, cujos proprietários amargaram uma crise gravíssima, deixou de dar continuidade a diversos contratos.

Durante o período em que respondi pela subprefeitura de Barão Geraldo, pude me reunir diversas vezes com os moradores da região. Atendi ao pedido da maioria que reivindicava alterações no trajeto da linha de ônibus para o bairro, bem como conversamos em várias oportunidades sobre o problema central que impedia a continuidade da obra de ajuste e instalação dos tubos destinados à água pluvial. Quero deixar claro que todo o esforço esbarrava na forma de contrato para a pavimentação, entre os moradores e a empresa responsável que estava obrigada a atender à legislação municipal que regula a instalação de infra-estrutura, em particular a galeria de água pluvial.

Como citado na reportagem, de fato os moradores me procuraram para encaminhar a proposta para a execução do pavimento e do calçamento da rua. Ocorre que, como subprefeito, os atendi e encaminhei o pedido à Prefeitura, responsável pela fiscalização dos serviços de implantação da rede pluvial e de outros recursos de infra-estrutura.

Há um impasse nesse caso, pois a Prefeitura não pode assumir uma obra que não atende à legislação regulamentadora dos projetos de infra-estrutura. A exigência de adequação da tubulação para um metro de diâmetro se justifica por razões técnicas que precisam ser cumpridas, caso contrário o sistema não dará conta do volume de água gerado pelas chuvas, principalmente no período do verão.

Deve-se esclarecer, ainda, que a responsabilidade pela pavimentação das estradas vicinais cabe ao Governo do Estado, o qual foi procurado e acionado por diversas ocasiões para a conclusão das obras na região.
Assim, tanto a Prefeitura como a subprefeitura não podem ser responsabilizadas pelo incidente e pela interrupção dos serviços contratados pela comunidade. Além disso, todos sabem dos interesses partidários que contaminaram as discussões sobre as obras. Caso houvesse, à época, vontade política, como cobrada na reportagem, os serviços já teriam sido concluídos. De certo modo, o governo do Dr. Hélio recebeu mais essa herança e, sem qualquer má vontade, procura um meio para dar uma solução, mas que deve ser correta e não apenas um improviso.

Atenciosamente, e sempre disponível para qualquer esclarecimento e diálogo,

THIAGO FERRARI
Vereador e ex-subprefeito do Distrito de Barão Geraldo.

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