quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Doença é uma tristeza

O elemento humano é um fator fundamental e indispensável para o bom atendimento da saúde

Um fator fundamental e indispensável para o bom funcionamento de qualquer serviço público de saúde é o elemento humano e sua capacidade de prestar socorro independente de equipamentos sofisticados ou mesmo espaço físico. Ou seja, foi relegado ao segundo plano o ser humano que ajuda outro ser humano, num ato de desprendimento e solidariedade, que exige dos médicos a vocação para uma das missões mais nobres da comunidade: a de salvar vidas e ajudar os doentes e necessitados a superar a dor de sua enfermidade.

"A doença é uma tristeza", definiu com sabedoria um médico neurologista. Ele quis dizer que a tristeza é a origem da doença, ou pelo menos da grande maioria delas, e não que seja triste estar doente ou ver alguém doente, embora também o seja. É o princípio psicossomático: quando o paciente sofre alguma tragédia ou padece de profunda depressão por quaisquer motivo, ou mesmo sem motivo, o organismo fica com baixa resistência e acometido de patologias, que variam de uma simples gripe a graves infecções. Invariavelmente o ser humano doente ressente outros problemas, sejam familiares, pessoais,profissionais, afetivos ou materiais, afirma esse médico.

Até meados do século passado, quando a tecnologia eletrônica e de medicamentos ainda não apresentavam grande desenvolvimento ou influência nos métodos de tratamento e diagnóstico de enfermidades, as pessoas contavam apenas com a experiência e sensibilidade dos médicos para tentar se curar. Hoje grande parte dos profissionais de saúde não dá a atenção devida aos pacientes porque delegam às máquinas a função de um diagnóstico preciso, e vêem os doentes como clientes fonte de renda, e não como seres humanos que precisam de ajuda. Como pode uma pessoa que pretende apenas se ajudar, ajudar outras a superar o que não entendem?

Nas guerras mundiais do século passado, e essa história é possível ver em inúmeros filmes que imortalizaram as barbáries até hoje praticadas, existiam grandes acampamentos com centenas de barracas em campo aberto e instalações precárias senso usadas por abnegados voluntários lutando para salvar vidas que o próprio ser humano tentava destruir em nome da honra, nacionalismo, e pelo poder político ou territorial. Não existia espaço físico adequado, nem equipamentos ou remédios sofisticados, mas lá estava o ser humano empenhado em sua missão de pelo menos aliviar a dor dos feridos com morfina ou sulfa, e principalmente uma palavra amiga.

O amor é o melhor remédio. É isso que nos ensina as assistentes sociais e voluntários que prestam serviço aos hospitais. Não são médicos e nem dependem de equipamentos para perceber entre as centenas de pessoas que lotam o Pronto Socorro diariamente, aquelas que mais precisam de ajuda, e correm para ajudá-las.

Não prescrevem remédios mas transmitem uma palavra amiga e de conforto. Não fazem uma sutura mas aliviam a dor com atenção e providências que podem ser apenas um copo de água ou uma cadeira para descansar. Não possuem bisturis, mas seu instrumento é o carinho e afeto para os mais carentes. Deus os abençoe, e que continue nos enviando criaturas como estas, porque a humanidade está precisando.

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