quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Liberdade e Democracia

Chegam a ameaçar profissionais de jornalismo e usam dos mais obscuros e ilegítimos meios

O trabalho dos jornalistas não é bem compreendido pelas pessoas públicas e poderosas, ou não aceito como deveria ser. Grande parte dos políticos e empresários se julga no direito de cercear a liberdade de imprensa e obstruir o trabalho de divulgação de informações que julgam prejudiciais às suas imagens ou negócios.

Dedinho em riste, chegam a ameaçar profissionais de jornalismo e usam dos mais obscuros e ilegítimos meios, como influências políticas e pessoais, subornos e ameaças, para impedir que o trabalho do jornalista chegue ao público leitor. O poder da imprensa não é pessoal ou empresarial. O único poder que a imprensa possui é o de levantar informações, ouvir as opiniões das pessoas, checar sua veracidade, e divulgá-las quando do interesse público. A opinião pública a respeito dos fatos, essa sim tem poder de impedir que práticas abusivas, desleais, desonestas ou mesquinhas, conquistem a perenidade que pretendem os poderosos.

O trabalho do jornalista é um instrumento da democracia, e não da Justiça. O jornalismo não julga ou condena ou absolve como os magistrados, pelo contrário, coloca à luz da verdade os fatos para que a comunidade julgue por seus próprios conceitos, discernimento e interpretações, e no confronto com sua consciência, se aqueles fatos relatados devem ser perpetuados, condenados ou absolvidos.

Aqueles que atentam contra a liberdade de imprensa não o estão fazendo somente contra o jornalismo ou a empresa de comunicação. Na defesa de seus interesses pessoais, políticos ou empresariais, estão atentando contra os interesses de toda a comunidade, que são a liberdade de informação, manifestação e opinião, sustentáculos básicos da democracia.

Valer-se de processos jurídicos argumentando práticas de calúnia, injúria ou difamação, é apenas mais um recurso de intimidação utilizado por essas pessoas. Uma das regras indispensáveis do bom jornalismo, é sempre ouvir todas as versões possíveis dos fatos, de todas as pessoas envolvidas, o que nem sempre é possível, mas sempre procurado.

Diante dos fatos não há argumentos que os desmintam, mas é possível que novos fatos venham contestá-los, proporcionando uma visão mais ampla da realidade. Isso é jornalismo. Justiça é outro departamento.

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