sábado, 31 de janeiro de 2009

Famílias resgatam tradição e cultura vinícolas


Durante a Festa da Uva a Associação dos Vitivinicultores de Vinhedo (Avivi) terá presença marcante com a Expovinho, exposição e venda de vinhos artesanais produzidos por 10 famílias tradicionais produtoras da cidade.

Além dos vinhos as famílias produzem também suco de uva e a grapa, ou bagaceira, que é uma aguardente feita da casca de uvas. A Avivi possui 22 associados, e foi criada há cinco anos para estimular a produção de uvas viníferas e de vinhos e organizar a comercialização.

Nesse período a produção cresceu de 6 mil litros para cerca de 60 mil litros por ano, um crescimento de 1.000%. As famílias produtoras presentes na exposição são Bassetti, Amatto, Campovila, Cecon, Azzolin, Gaiofatto, Della Bruna, Ferragut, Ormeneze e Trevisan, e Von Zuben. As variedades produzidas vão dos vinhos chamados comuns, produzidos com uvas Isabel, Bordô e Niágara, castas americanas bastante conhecidas na região, a vinhos finos, produzidos com variedades nobres como os tintos Cabernet Sauvignon, Merlot, Pinotage, Shiraz, Pinot Noir, Tanat e o branco Moscato. Uma das diferenças entre vinhos comuns e finos está no tempo de consumo: enquanto os comuns devem ser consumidos ainda jovens, até um ano após a produção, os finos podem ser armazenados por mais tempo, e demoram mais para ficarem bons para o consumo.

A fabricação de vinhos em Vinhedo tem registros de 1940, e as famílias italianas foram as principais responsáveis pelo crescimento da produção. "A atividade nunca tinha sido organizada em uma associação como agora, que garante a qualidade e a divulgação dos produtos", destaca Adilson Amatto, presidente da Avivi. A maior parte das uvas destinadas à produção de vinhos é fornecida por produtores associados da Avivi, e cerca de 30% são importadas, principalmente do Rio Grande do Sul. "Nossa intenção é chegar a 100% de uvas locais", acrescenta Amatto. Uma parceria com a Prefeitura está permitindo m elhorar a produção e ampliar as variedades de plantas, com aquisição de mudas de uvas nobres.

A produção considerada artesanal atende alguns critérios, como o limite de volume de produção. "A partir de 30 mil litros a produção já pode ser considerada industrial", esclarece Antonio Ângelo Bassetti, um dos produtores membro da Avivi. Outro detalhe é a isenção de tributos, que limita a comercialização. "Não temos produção nem podemos vender para grandes redes, mas existem duas lojas em Vinhedo que comercializam nossos produtos ao lado de importados, e a aceitação tem sido boa", acrescenta Bassetti. Segundo ele, esse aspecto não atrapalha as vendas. "Tudo que produzimos é vendido. Às vezes temos até que segurar um pouco para ter o produto na Expovinho", acrescenta.

Não é só no recinto de exposição que os visitantes da Festa da Uva poderão degustar e comprar vinhos locais. Existem passeios programados onde o turista pode conhecer as pla ntações e o processo de produção. No Memorial do Imigrante, localizado próximo ao portal de entrada de Vinhedo, a Avivi também expõe e comercializa os vinhos dos associados. Todos possuem o selo da Avivi, uma garantia da procedência e qualidade.

Artesanal não é sinônimo de primitivo. A produção utiliza modernos equipamentos que atendem às exigências sanitárias e de qualidade, como a desengaçadeira e tanques de fermentação de polipropileno ou inox. Produtos químicos promovem a desinfecção e qualidade dos produtos. A produção de vinhos é mais uma fonte de renda para as famílias. "O importante é resgatar a tradição e cultura de Vinhedo", afirma Adilson Amatto.

Os vinhos da Avivi serão vendidos em garrafas de 750 ml a preços entre R$ 10,00 e R$ 20,00, em caixas de doze ou embalagens individuais e de duas e três garrafas. Existem também vinhos em garrafas de 375 e 500 ml, mas não em garrafões de cinco litros. Embalagens artesanais e ap oios de madeira para as garrafas agregam valor ao produto local. "Pensamos sempre em prosperar e queremos consolidar a Expovinho como evento permanente na Festa da Uva", conclui Amatto.

Serviço: Festa da Uva de Vinhedo
Local: Parque Municipal Jayme Ferragut – Estrada da Boiada, s/nº - Vinhedo/SP.
Período: de 14 de fevereiro a 01 de março de 2009.
Dias 14, 15, 21, 22, 28 de fevereiro e 01 de março, sábados e domingos, a partir das
9 horas.
Dias 19, 20, 26 e 27 de fevereiro, quintas e sextas-feiras, a partir das 18 horas.
Dias 23 e 24 de fevereiro, segunda e terça-feiras de Carnaval, a partir das 9 horas.
Dia 15 de fevereiro – Passeio de Motos
Dia 1 de março – Desfile de Cavaleiros
Realização: ACOVEC
Apoio: Prefeitura Municipal de Vinhedo

Pré-Carnaval agita Campinas

O pré-Carnaval 2009 "Construindo a alegria - homenageando Ramos de Azevedo" começou nesta sexta-feira, 30, a partir das 20 horas, na Estação Cultura. A folia continua no sábado, 31 de janeiro, e nos dias 6, 7 e 14 de fevereiro, com apresentação dos sambas-enredo das escolas de samba participantes e shows diversos. A estação fica à Praça Marechal Floriano, s/nº, Centro.

O grupo Matriz abre o pré-Carnaval. Ainda haverá apresentação dos blocos Unidos da Vila Orozimbo Maia e Unidos de Souzas; das escolas de samba Unidos da Vila Rica, Acadêmicos dos Amarais e Acadêmicos da Madureira;e o encerramento com grupo Contágio. Todas as atividades terão entrada gratuita. A programação pode ser conferiada abaixo.

"Construindo a alegria - homenageando Ramos de Azevedo" é o tema do Carnaval 2009, que teve sua programação divulgada pela Prefeitura de Campinas na tarde desta quinta-feira, dia 15 de janeiro.

Catorze escolas de samba e dois blocos irão participar dos desfiles que serão realizados no sambódromo da avenida Magalhães Teixeira entre os dias 20 e 24 de fevereiro. A exemplo dos anos anteriores, o Carnaval 2009 terá um rigoroso esquema de segurança para garantir a integridade física dos foliões, com portarias dotadas de detectores de metais e restrições à venda e consumo de bebidas destiladas, informou o secretário Francisco de Lagos.

O secretário afirmou também que as agremiações carnavalescas receberão da Prefeitura de Campinas os mesmos valores do ano passado pela participação. "O Carnaval 2009 será - a exemplo de anos anteriores - um dos grandes eventos populares de Campinas, como o Natal e o Arraial o Nhô Tonico", disse Lagos, acrescentando que as empresas Brahma e Giovanetti já confirmaram que irão patrocinar o evento. "Estamos procurando outros patrocinadores", afirmou.

Também a exemplo de anos anteriores, o Carnaval irá homenagear uma figura da história de Campinas. "Nos outros carnavais, homenageamos Guilherme de Almeida e Carlos Gomes. Neste ano vamos lembrar a obra de Ramos de Azevedo", informou o secretário.

A apuração do resultado será realizada às 9h do dia 26 de fevereiro, no Ginásio do Taquaral.

As agremiações carnavalescas inscritas são as seguintes:

Blocos - Unidos da Vila Orozimbo Maia e Unidos de Souzas.

Escolas de Samba - Unidos da Vila Rica, Acadêmicos dos Amarais e Acadêmicos de Madureira (pleiteantes); Estrela D´Alva, Gaviões dos DICs, Unidos do Paranapanema, Princesa de Madureira e Unidos do Santa Lúcia (grupo de acesso); Renascença, Rosas de Prata, Unidos do Shangay, Leões da Vila Padre Anchieta, Unidos do Grajaúna e Ponte Preta Amor Maior.

Pré-Carnaval

Local: Estação Cultura (Praça Marechal Floriano, s/nº, Centro)

30/01

20h - Abertura com grupo Matriz; blocos Unidos da Vila Orozimbo Maia e Unidos de Souzas; escolas de samba Unidos da Vila Rica, Acadêmicos dos Amarais e Acadêmicos da Madureira; encerramento com grupo Contágio.

31/01

20h - Abertura com grupo Salwê; escolas de samba Unidos do Santa Lucia, Estrela D´Alva, Renascença e Rosas de Prata; encerramento com o Pagode da Vó Tiana.

06/02

20h - Escolas de samba Princesa de Madureira, Gaviões dos DICs e Unidos do Paranapanema; encerramento com Ilcéy Miriam e grupo Bambas do Samba.

08/02

- Eleição do Rei Momo e Rainha do Carnaval (adulto e mirim); show com grupo Entre Parênteses. (horário a ser definido)

14/02

20h - Abertura com Edson Jóia e Banda; escolas de samba Unidos do Grajauna, Ponte Preta Amor Maior, Unidos do Shangay e Leões da Vila Padre Anchieta; encerramento com Projeto Cultural Rua do Samba Paulista.

Desfiles

Local: Sambódromo (Avenida Magalhães Teixeira)

20/02

20h - Entrega da chave da cidade ao Rei Momo pelo prefeito Dr. Hélio de Oliveira Santos;

20h30 - Bloco Unidos da Vila Orozimbo Maia;

21h15 - Unidos de Sousas;

22h - Escola de Samba Unidos da Vila Rica;

22h45 - Escola de Samba Acadêmicos dos Amarais;

23h30 - Escola de Samba Acadêmicos de Madureira;

00h30 - Trios Elétricos.

21/02

20h - Escola de Samba Gaviões dos DICs;

20h55 - Escola de Samba Unidos do Santa Lúcia;

21h50 - Trios Elétricos.

22/02

20h - Escola de Samba Unidos do Paranapanema;

20h55 - Escola de Samba Estrela D´Alva;

21h50 - Escola de Samba Princesa de Madureira;

23h - Trios Elétricos.

23/02

20h - Escola de Samba Renascença;

21h05 - Escola de Samba Rosas de Prata;

22h10 - Escola de Samba Unidos do Grajaúna;

23h30 - Trios Elétricos.

24/02

16h - Matinê;

20h - Escola de Samba Ponte Preta Amor Maior;

21h05 - Escola de Samba Unidos do Shangay;

22h10 - Escola de Samba Leões da Vila Padre Anchieta;

23h30 - Trios Elétricos.

Fonte: Prefeitura de Campinas

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Catastrofistas de escafandro

Os catastrofistas de plantão insistem em projetar cenários cada dia mais pessimistas para a economia brasileira este ano. “Especialistas afirmam que o desemprego vai aumentar, o lucro das empresas vai cair e a economia vai parar de crescer”, ouve-se nos telejornais, sem mostrar a cara desses “especialistas”.

Talvez sejam os mesmos que previram que as bolsas iam subir, que o dólar ia cair, que o petróleo ia chegar a US$ 200,00 o barril e que a bolha imobiliária dos Estados Unidos não iria explodir. E que antes mostravam as caras na busca do lucro fácil das consultorias mas que hoje não têm coragem de se expor. Se exibiam de asa delta como arautos da prosperidade e hoje chafurdam no fundo do poço como escafandristas da lama. Palpiteiros com “achismos” especulativos sem fatos que sustentem seus argumentos vão na onda do sentimento globalizado de tragédia financeira.

Ora, ninguém é tolo de afirmar que a crise não existe, mas existe muita tolice nas palavras dos catastrofistas. Primeiro porque essa crise é financeira, e foi localizada no crédito hipotecário norte americano, e por conta da globalização teve reflexos no mundo todo. Mas no caso brasileiro especificamente o impacto está sendo menor que o projetado pelos “especialistas”. E as recomendações, essas sim, remetem a tragédias.

A crise foi provocada pela irresponsabilidade dos bancos, que não foram punidos, muito pelo contrário, receberam fortunas de aporte de recursos dos governos e não estão investindo na produção o quanto deveriam para reaquecer as economias. Continuam especulando e repetindo os mesmos erros que levaram à crise. Justificam os altos juros diante do aumento da inadimplência, que aumenta justamente por causa dos juros extorsivos. É o cachorro correndo atrás do rabo.

“As empresas devem se prevenir e cortar gastos”, todos “especialistas” recomendam. É o mesmo que dizer para cortar os pés porque é preciso economizar sapatos. É a crise de expectativas que pode, essa sim, aprofundar muito os problemas financeiros de todo mundo. Se as empresas não investirem, se os bancos não financiarem os investimentos, se a produção não for ao menos mantida, o caminho para a recessão será inevitável.

Não são esses os custos a serem cortados, ao menos no Brasil. A fórmula tupiniquim é a mesma de sempre: cortar juros, principalmente o tal “spread” bancário, um abuso descarado pela prática da usura, desonerar as empresas e os assalariados e, principalmente, cortar gastos do governo, esse sim oneroso, perdulário e ineficiente, que há muito tempo já cortou os pés mas ainda continua gastando com sapatos.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Prefeito resgata apoio com comissões na Câmara



A eleição dos vereadores Luis Yabiku (PDT) e Paulo Oya (PDT) para as presidências da Comissão de Constituição, Legalidade e Redação, e da Comissão de Finanças e Orçamento, respectivamente, resgatou o poder de influência do prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT) na Câmara de Campinas.

Das 16 comissões permanentes da Câmara Municipal de Campinas, as duas são as mais importantes por decidirem sobre a legalidade jurídica e aprovação de recursos financeiros em projetos de lei fundamentais para a movimentação da máquina pública e direcionamento das políticas administrativas.

Depois de amargar a derrota de seu candidato Dário Saadi (DEM) na eleição da presidência da Câmara, conquistada pelo vereador Aurélio Cláudio (PDT), o Executivo nomeou o vereador Francisco Sellin (PDT) como líder do governo, e conseguiu articular a composição das comissões.

Nesta terça-feira, dia 20 de janeiro, foram escolhidos os membros e os presidentes de 13 comissões. A escolha foi definida de acordo com os artigos 61 e 62 do Regimento Interno que tratam das questões da proporcionalidade dos partidos que integram a Câmara e da indicação dos líderes de partido. Falta definir os presidentes das comissões de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania, Proteção e Defesa dos Direitos dos Animais, e Ciência e Tecnologia.

A lei também define que os nomes dos suplentes devem corresponder aos mesmos partidos dos titulares. Em casos em que o titular é de uma sigla com apenas um representante seu suplente pode ser de outra. Além disso, nenhum vereador pode presidir mais de uma comissão permanente.

Ainda de acordo com o Regimento do legislativo campineiro, as comissões que não nomearam seus presidentes têm até cinco dias para fazê-lo.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Programe-se para o Feverestival



Barão Geraldo se transforma em pólo nacional de pesquisas de artes teatrais

Durante três semanas de fevereiro Barão Geraldo sedia o maior evento teatral na região de Campinas, na sua sétima edição. De 01 a 20 de fevereiro o VII Feverestival, Festival Internacional de Teatro de Campinas, tem em sua programação oficinas, espetáculos teatrais de nacionais e internacionais, infantis e adultos, Kombi itinerante e cabarés de variedades, que visam incrementar e discutir a prática teatral.

Serão três espetáculos adultos, dois espetáculos infantis, quatro espetáculos de rua, três espetáculos da cidade de Campinas, além de três espetáculos convidados pela organização (dois deles internacionais), realizados de quarta a domingo e selecionados por uma curadoria, formado por três pessoas.

Além da programação de espetáculos ainda acontecem três oficinas de segunda a sexta, aos sábados apresentações de números em um cabaré de variedades e ações externas com uma Kombi itinerante que leva espetáculos de rua para o centro e periferia da cidade.

O Feverestival surgiu a partir da necessidade de ampliar o intercâmbio que acontecia entre os diferentes artistas que visitavam Barão Geraldo por conta dos Workshops oferecidos pelo Lume e Barracão Teatro. Composto inicialmente de apresentações de espetáculos, mesas de discussão e demonstrações técnicas, o festival cresceu e passou a oferecer cursos de profissionais de outras localidades.

Ao longo de 23 anos, desde a criação do Lume, Barão Geraldo se tornou um pólo nacional de pesquisas na área teatral, e a qualidade desse trabalho é reconhecida tanto nacional e internacionalmente, quanto pela mídia cultural.

As inscrições para as oficinas se encerram dia 15 de janeiro. Mais informações no site www.feverestival.com.br.

O mal do século


A intolerância às manifestações alheias e diferenças individuais gera a miséria, a guerra, o crime...

Poderia ser a depressão, o estresse, a ansiedade, a violência, as drogas, o crime organizado, o flagelo da guerra, as várias faces da discriminação (racial, ideológica, social, religiosa), a fome e a miséria de muitos enquanto poucos desfrutam de fartura, a política de exclusão, a ignorância, o trânsito, a repressão oficial, o abandono dos menos favorecidos, desamor, rancor, ódio, desprezo, inveja, ciúme ou cobiça, entre muitos outros aspectos do mundo contemporâneo nada relevantes aos olhos de Deus, considerados individualmente ou em conjunto como o mal, ou os males, do século.

Mas pode-se arriscar que existe um fator preponderante e presente em praticamente todas essas manifestações como causa maior dos males do mundo atual: a intolerância às manifestações alheias e diferenças individuais. Foi daí que surgiram os primeiros grandes conflitos bélicos do século, os massacres de inocentes no paupérrimo país de Bin Laden, o Afeganistão de que poucos ouvem falar atualmente, e no Iraque que ainda possui bolsões de resistência. Tudo em resposta a uma outra intolerância, o ataque terrorista de 11 de setembro nos EUA, que até hoje não se comprovou a autoria, apesar dos esforços de comunicação imperialista. Tampouco foram encontradas as tais armas químicas intoleráveis que deram motivo aos ataques no Iraque.

Em nome da intolerância segue a carnificina do maior conflito do mundo no Oriente Médio entre judeus e palestinos. A intolerância ao novo e às mudanças são as causas da ansiedade, estresse e depressão. A violência, de uma maneira geral, é a manifestação da intolerância às condições de vida. A discriminação é uma reação, muitas vezes velada, de repulsa às diferenças humanas. A miséria e suas consequências, entre elas o crime e a prostituição, é fruto da cobiça em um mundo competitivo que exclui, por uma intolerância egoísta, a grande maioria.

É fácil notar a intolerância por motivos fúteis no trânsito, por exemplo, onde os motoristas não suportam que outros andem devagar, ou muito depressa, ou que cortem o caminho, roubem uma vaga, encostem na lataria, atravessem o sinal, entre outras ações comuns ao dirigir. A falta de respeito e educação em filas de caixas é outro exemplo de intolerância vulgar daquele que usa a lei de Gérson (a de levar vantagem em tudo) e daquele que tem seu direito usurpado.

A intolerância está presente até contra a liberdade de manifestação e opinião. O que poderia ser considerada uma grande conquista da humanidade contemporânea, que tem como instrumento maior a rede mundial de computadores, sofre ataques freqüentes, sistemáticos e organizados de hakers e internautas estúpidos no mundo todo. Uma ação que demanda grande esforço coletivo com um objetivo improdutivo e inconseqüente, prejudicial aos menos favorecidos e sem poder de defesa.

Há 40 anos as manifestações de protesto de jovens em todo o mundo eram através da música, das cores, das flores, dos longos cabelos e da liberdade sexual. A contestação da sociedade consumista ocupava as ruas, estádios e campos em diversas partes do mundo com a mensagem pacifista do amor. Hoje as grandes manifestações se resumem às comunidades GLS, aos fóruns mundiais onde predomina a política e nem sempre imperam a harmonia e concordância, e à violência coletiva em protesto contra a violência institucionalizada.

A tolerância é uma virtude, mas não basta para estancar seu antônimo, como funcionou a política de não violência de Ghandi. Os remédios contra a intolerância poderiam ser a compaixão e a solidariedade. Tornariam o mundo melhor para aqueles que padecem de Aids, câncer ou diabetes, também considerados como outros males do século. Reduziriam a miséria, a guerra, o crime, o estresse, a depressão e a discriminação, entre outros males.

Se o esforço coletivo dos jovens cibernéticos inconsequentes fosse direcionado a uma ação produtiva de inclusão de outros menos favorecidos, com o acesso aos bens do capitalismo, como estes certamente possuem por dominar a tecnologia, talvez o mundo ficasse um pouco melhor, ou menos pior do que pretendem. Ou então no lugar de vírus e programas maliciosos, pichassem os sites institucionais com flores, cores e mensagens de amor, o mundo certamente seria mais agradável.

É bem mais fácil tornar o mundo pior. Então, porque não, aceitar um desafio maior?

domingo, 11 de janeiro de 2009

Marcela aposta no crescimento do PSOL


Ainda abalada pela derrota nas urnas, a ex-vereadora Marcela Moreira, mais jovem vereadora da Câmara Municipal de Campinas, eleita aos 23 anos com 5.490 votos para o seu primeiro mandato (2005-2008), não pretende desistir tão breve da vida política e acredita que seu partido (Partido Socialismo e Liberdade) está apenas iniciando e tem muito espaço para crescer.

“Tivemos no Brasil todo um resultado semelhante ao do PT nas primeiras eleições”, compara. Marcela recebeu 3.188 votos nas eleições de 2008, pelo PSOL, partido que adotou depois da decepção com o PT no caso mensalão. Ela acredita que a votação menor nessa eleição se deu por dois motivos: pelo forte poder econômico dos adversários, e por ter saído do PT. “A maior parte dos petistas valorosos foram para casa, e não migraram para o PSOL”, avalia.

“O governo Hélio gastou cerca de R$ 50 milhões em propaganda no primeiro mandato, e os candidatos de sua coligação receberam altas somas de empreiteiros”, denuncia. A falta de quociente eleitoral do partido também a impediu de voltar a ocupar uma cadeira no Legislativo. “Estamos num momento que temos que convencer a população da necessidade de um processo de mudança”, acredita. Segundo ela, a população esperava isso com o Lula, que decepcionou.

Marcela diz que foi muito atacada durante a campanha. “Foi muito difícil enfrentar máquinas eleitorais extremamente poderosas, e lamentável ver pessoas que já lutaram por direitos sociais dizerem que trabalhavam para outros candidatos porque estavam ganhando cem reais, agora, e que iriam ganhar mais cem depois”.

A ex-vereadora também foi duramente atacada durante o mandato. “Por repressão à minha atuação em apoio ao movimento popular, foi pedida a cassação do meu mandato por duas vezes, uma porque dei água para os manifestantes do passe livre, ato classificado como desvio de dinheiro público , e o segundo porque eu disse que os empresários de ônibus mandavam no prefeito”, conta.

A bancada de apoio ao prefeito moveu os processos, tendo à frente o vereador Jorge Schneider. Marcela diz que incomodava porque ela, assim como o vereador Paulo Búfalo, foram as mais combativas vozes da oposição na Câmara. “Fizemos um ato de desagravo com mais de 600 pessoas do sindicato dos metalúrgicos, associações, movimentos sociais e ONGs, e nossa organização politica os fez recuarem”, acredita.

Barão Geraldo

Marcela tem em Barão Geraldo muitos simpatizantes. “Aqui tenho um eleitorado fiel que acompanhou meu mandato, na luta contra a corrupção”. E aponta os principais problemas do distrito. “Existem algumas deficiências como falta de creches e de transporte em alguns bairros, o que prejudica não só a população mas também o comércio local. Comparando com outros bairros, Barão tem menos bairros de extrema pobreza”, afirma.

O maior problema do distrito, na sua avaliação, á a especulação imobiliária, que ameaça a qualidade de vida dos moradores. “O então presidente da Fundação José Pedro de Oliveira, que administra a reserva da mata de Santa Genebra, Alcides Mamizuka, apresentou um pedido de aprovação da redução do entorno da mata para construção de um condomínio verde de alto luxo”, denuncia.

A pressão de ambientalistas e uma ação civil pública do Ministério Público Federal frustrou a intenção, momentaneamente. A Justiça não concedeu o pedido de liminar do Procurador, que queria embargar obras num raio de 10 km da reserva, mas intimou a fundação a apresentar um plano de gestão e avisou que pode mudar a posição se algum fato novo o justificar.

Marcela está tentando voltar para a Unicamp para concluir o curso de Ciências Sociais, e para isso entrou com um pedido onde requer o mesmo benefício dos servidores. “Não está previsto licenciamento para estudante, mas apenas para servidores que ocupam outro cargo público. O trancamento de matrícula só é válido por três semestres. Falta apenas um ano mas eu não consegui dar continuidade”, conta.

Mesmo sem mandato, ela não interrompeu algumas atividades políticas e sociais. Tem percorrido escolas, centros comunitários e outros espaços com a apresentação da oficina “Acorda Raimundo, Acorda”, onde defende o combate às situações de opressão da mulher, e aplicação da lei Maria da Penha.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Nem tão bucólica assim, mas ainda aprazível



Diziam, em tom jocoso de chacota, há cerca de vinte anos em Barão Geraldo, que após as 23 horas passava um homem pelado correndo pelas ruas do centro do distrito. A piada pretendia mostrar que, como não havia ninguém nas ruas, não havia testemunhas de tal fato. Realmente após esse horário o distrito estava deserto, e não havia estabelecimentos abertos.

Era impossível encontrar o que fosse para comprar ou fazer após esse horário, pois não havia bares, restaurantes e as atuais lojas de conveniência nem eram imagináveis. Mas ainda existiam vigias noturnos, que faziam a ronda de bicicleta pelos bairros, e que de tempos em tempos faziam soar um apito para tranqüilizar a população de que tudo estava bem.

No pacato lugarejo ainda se tomava a “fresca” em cadeiras postadas nas calçadas nas noites mais quentes de verão, e muitas famílias se davam ao direito de dormirem com as janelas abertas para aproveitar a suave brisa da madrugada. Os crimes eram muito raros, vez ou outra ocorriam pequenos furtos e desentendimentos familiares ou pessoais. E só!

Campinas já era uma metrópole e sentia os efeitos do desenvolvimento. Já existiam casas noturnas que varavam a noite e os crimes mais graves, como roubos, assaltos, seqüestros e tráfico, já eram freqüentes. Mas Barão Geraldo, ou Sousas e Joaquim Egídio, distritos mais isolados, ainda preservavam a tranqüilidade de pequenas cidades do interior. O sossego só era quebrado por eventuais festas de repúblicas de estudantes, reprimidas pela polícia acionada pela vizinhança.

Abrir novos empreendimentos em Barão era muito arriscado, principalmente bares e restaurantes. Casa noturna nem pensar. A população do distrito não prestigiava essas iniciativas por temor de perder a tranqüilidade. Foram inúmeros os empreendimentos que fracassaram por falta de clientes. Os moradores de Barão, quando queriam sair para passear, jantar ou se divertir, iam para Campinas, ou mesmo para São Paulo e outras cidades, mas não em Barão. O distrito era local para morar com sossego e tranqüilidade.

Mas os tempos mudaram, e o crescimento vertiginoso de Barão Geraldo e a proliferação de condomínios fechados fizeram crescer a necessidade de oferta de mais produtos e serviços para essa nova população. O aumento da violência em Campinas fez crescer a preferência pelas opções locais de compras e diversão. Afinal, é mais arriscado ir para a cidade do que ficar e se divertir no distrito, perto de casa. Há dez anos o distrito já contava com 26 restaurantes. Hoje somam 56.

O número de empresas e de novos empreendimentos em Barão cresceu gradativamente. A grande oferta de opções de lazer e entretenimento, hoje, atrai pessoas de Campinas e outras localidades, e até de São Paulo. Houve uma inversão do movimento.

O aumento da população e do comércio em Barão trouxe os mesmo problemas que Campinas já enfrentava há 20 anos. Que ironia pensar que a maioria da população que mudou para Barão nos últimos 20 anos foi atraída justamente pela tranqüilidade que o local oferecia.

Na falta de tranqüilidade, as famílias já não dormem de janelas abertas e as cadeiras nas calçadas para tomar a “fresca” são raras. Os condomínios cercam-se de robustos esquemas de segurança, nas casas instalaram-se alarmes e cercas eléricas e avigilância motorizada é intermitente.

O progresso, no entanto, é irreversível e tem suas compensações. O crescimento do comércio e serviços aumentou a oferta de empregos e novas oportunidades. Muitos moradores hoje têm a oportunidade de trabalhar em Barão e viver com melhor qualidade de vida. A renda das famílias cresceu e os empreendimentos foram consolidados.

Crescem a cada dia as opções de lazer, cultura, educação, saúde e conhecimento. Tudo o que soma condições à qualidade de vida. Centros tecnológicos atraem indústrias e movimentam o comércio. Além dos novos moradores de condomínios, cerca de 60 mil estudantes gravitam em torno das universidades, consumindo produtos e serviços.

Barão Geraldo é atualmente um bom lugar para morar e trabalhar, e reserva algumas vantagens de suas origens e também do progresso. A população é ordeira e hospitaleira, as pessoas se conhecem e o cidadão não é um anõinimo na multidão, o folclore é preservado nas festas populares, como o Carnaval (o melhor de Campinas com seus blocos nas ruas) e na festado “Boi Falô”.

As universidades dão perspectivas de futuro e crescimento para os jovens, os agitos da vida noturna já não incomodam o moradores, e a natureza generosa é tratada com respeito.

Essa nova realidade não significa que a vida ficou mais fácil, mas garante mais e novas oportunidades para todos que têm disposição para trabalhar e enfrentar as adversidades. Esse é o perfil do novo Jornal de Barão, que pretende ser mais um empreendimento a catalisar o desenvolvimento do distrito.

Falácia da tecnologia da comunicação

Propaga-se aos quatro ventos que a tecnologia da informação está mudando radicalmente os meios de comunicações contemporâneos. É inegável a contribuição da informática nos meios de produção da informação, assim como a evolução da Internet e a capacidade de comunicações via satélite e dos celulares.

A redução dos preços das novas tecnologias também têm contribuído para sua popularização. Mas daí a considerar um avanço sem precedentes é muita pretensão, se forem considerados os produtos finais.

Realmente a tecnologia está contribuindo para ampliar os recursos de produção da informação, mas a engrenagem fundamental do sistema, o elemento humano, está perdendo seu espaço para máquinas tão ou mais suscetíveis a erros. E o pior, obrigando a uma dependência que muitas vezes significa grande atraso em relação aos métodos considerados “ultrapassados”.

Nada substitui a inteligência e capacidade de discernimento humanas quando se trata de veiculação de notícias. E o que se percebe em todos os veículos é a substituição do homem pela máquina, o enxugamento dos quadros de pessoal por computadores, como se os chips tivessem a capacidade de apurar fatos e descobrir notícias.

O resultado, tanto em jornais impressos como na mídia eletrônica (rádio, Internet e TV), é a padronização do noticiário, a pasteurização das notícias e o empobrecimento da informação. Basta assistir aos noticiários da TV ou comparar as primeiras páginas dos jornais.

Nos veículos convencionais de comunicação, de circulação regional, as notícias diferentes ou exclusivas raramente superam 30% do total. Se forem considerados os de circulação nacional a diferença não chega a 20%. Todos assinam as mesmas agências nacionais e internacionais e os textos e imagens são idênticos. Nos telejornais a semelhança é ainda mais gritante. A diferença às vezes se resume ao editorial. O noticiário é quase o mesmo em todas as TVs. O telespectador menos atento nem percebe que inexiste reportagem local.

Quando os jornais eram impressos no “chumbão” (linotipo), os leitores tinham acesso a notícias realmente quentes (sem trocadilho com chumbo derretido). O resultado da sessão da Câmara que terminou às 3h00 da manhã, o jogo que terminou às 23h30, a festa de inauguração que fechou a madrugada, o baile local, todos estavam lá impressos e noticiados nas páginas do matutino às 6h00 do dia seguinte.

Existia o “furo” (leva este nome por causa do tamanho da letra da manchete, que tinha um furo para ser parafusada na bandeja), fenômeno raro hoje em dia. E que emoção quando gritavam “parem as máquinas!”, para inserção de uma notícia de última hora.

Hoje ninguém pára a máquina. Se um fato ocorre depois das 18h00 dificilmente ganha espaço no noticiário do dia seguinte. Nos finais de semana é pior ainda: são publicadas apenas as notícias requentadas da semana, de sexta-feira e mínimas do sábado. O jornal de domingo é distribuído às 16h00 do sábado. Quando não atrasa porque caiu a rede, o equipamento “deu pau”, o telefone estava fora da área, a conexão com a Internet estava inacessível. Quem pára o homem é a máquina.

A ilusão de que a máquina é capaz de cumprir muitas das funções do jornalista, como edição, revisão, paginação, past-up e outras, gerou problemas. O principal deles é o acúmulo de funções do profissional, que tem cada vez menos tempo para seu trabalho básico: apurar e transmitir a melhor informação. Hoje o jornalista não tem mais tempo de fazer entrevista pessoalmente. Vai por telefone mesmo porque o “dead line”, cada vez mais antecipado, o exige. E a apuração sai capenga. É impossível sentir a emoção e o verdadeiro sentido das palavras do interlocutor com “boi na linha” do telefone, sem o tradicional cafezinho mano a mano com o entrevistado.

Os programas cada vez mais sofisticados e “pesados”, e os equipamento cada vez mais potentes e rápidos, com o argumento de que possuem novos recursos (a grande maioria jamais utilizados), exigem atualização constante de software e hardware que, somada com a manutenção, eleva o custo sem aumentar a produtividade.

Tome-se como exemplo o Word, um dos programas mais utilizados no mundo. É um ótimo recurso para edição de textos, e facilitou em muito a vida dos redatores, aposentando em definitivo a velha máquina de escrever. É atualizado constantemente, mas as primeiras versões cumpriam as mesmas funções básicas no velho 386. Hoje é necessário um Dual Core e muita memória para rodar o programa e os arquivos são enormes.

O caminho, no entanto, está correto e é irreversível, diante dos novos tempos. Mas o percurso para a qualidade ainda é muito longo.

Para superar a crise é só tirar o “s”: crie

Para melhor entender a atual crise financeira mundial é necessário resgatar o histórico dos princípios da economia moderna, hoje globalizada.

A medida de riquezas de um País e seu poder de negociação era baseada em um lastro econômico, que tinha inicialmente o volume de ouro armazenado como referência.
Ou seja, era mais rico quem tinha mais ouro armazenado, o que era uma garantia de pagamento das despesas e investimentos. Com o aumento do comércio mundial e a industrialização a referência de riqueza passou a ser o volume de produção de bens, produtos que geravam divisas.

As negociações, tanto do lastro ouro como o de divisas e depois das ações de empresas no mercado de valores, sempre foram feitas através do papel que simbolizava esses valores, que supostamente estavam lastreados com os bens de valor correspondente.

A primeira grande crise financeira, o “crash” da bolsa de Nova Iorque em 1929, aconteceu porque o volume de negócios e valores já havia superado em muito o lastro correspondente, ou seja, os valores circulantes não tinham base sólida de garantia.

Essa primeira quebradeira, que não teve impactos maiores em outros pasíses do mundo porque ainda não existia a globalização e o mundo era dividido entre o capitalismo e o comunismo, deveria ter sido uma lição permanente para os Estados Unidos.

Mas não foi. O aumento da integração do comércio mundial e a notória liderança econômica dos EUA, concentrou um crescente volume de negócios em bolsas do mundo todo, com regras baseadas no mesmo princípio: a especulação financeira, ou seja, os valores passaram a ser aqueles de expectativa de produção e não mais dos produtos estocados.

É o mercado futuro, ou seja, aposta-se e se aplica recursos antecipadamente na produção maior e comércio que vai gerar lucros aos investidores. É um jogo, e como todo jogo sujeito a variáveis não previstas, como condições climáticas desfavoráveis às commodities, por exemplo.

O que aconteceu nos Estados Unidos e que deflagrou a crise atual, atingindo o mundo todo pela integração do comércio, foi o mercado de hipotecas imobiliárias.

Durante mais de uma década funcionou da seguinte maneira: o cidadão que possuía um imóvel ia aos bancos e tomava como empréstimo, com juros baixos e atraentes, o valor correspondente ao do seu imóvel, provável lastro, ou garantia, da operação.

Esse dinheiro alimentou o consumo, permitiu investimentos em negócios, criou empreendimentos e gerou empregos, o que permitiu um grande crescimento da economia.
A construção civil registrou um grande desenvolvimento e os imóveis foram super valorizados diante da possibilidade de emissão de mais e mais hipotecas.

Foi nesse ponto que começou o que os economistas chamam de “bolha”. Muito mais pessoas e empresas passaram a especular com os imóveis, que já não tinham o valor dos empréstimos concedidos, e começou a aumentar a inadimplência.

O remédio para a inadimplência, que deveria ter seguido o caminho da austeridade financeira, seguiu o caminho inverso. Foram emitidas as segundas hipotecas, para amortizar a primeira, e dar mais fôlego aos investimentos e consumo.

Nesse ponto começou a circular na economia um dinheiro que já não existia, pois não havia garantia de valor correspondente, ou seja, não existia o lastro.

A crise se tornou financeira porque os bancos que haviam emitido hipotecas já não conseguiam receber dos tomadores. Para continuar operando os bancos passaram a vender as carteiras hipotecárias às grandes financeiras, que emprestam aos bancos com base nessa garantia, já podre.

Deu no que deu. Quebraram os bancos e as grandes financeiras, com o estouro da “bolha”, atingindo o mundo todo pela expectativa de uma grande recessão na maior economia do mundo.
Resultado: hoje os governos estão socorrendo os bancos e os endividados norte americanos que passaram décadas consumindo produtos supérfluos e desperdiçando recursos com carros de luxo e gastando um dinheiro que não existia. E os contribuintes do mundo todo os socorrem.

Só aqui voltamos ao título: como superar a crise? Com criatividade, trabalho e produção, sem especulação. Se existe a possibilidade de lucro, que se lucre primeiro e com estes recursos invista em crescimento e mais produção, criando empregos e reanimando a economia e o consumo.

Se os capitalistas aprenderem essa lição a economia pode voltar à estabilidade tão almejada, e a pior crise, a social, pode ser que não tenha muito impacto.

Doença é uma tristeza

O elemento humano é um fator fundamental e indispensável para o bom atendimento da saúde

Um fator fundamental e indispensável para o bom funcionamento de qualquer serviço público de saúde é o elemento humano e sua capacidade de prestar socorro independente de equipamentos sofisticados ou mesmo espaço físico. Ou seja, foi relegado ao segundo plano o ser humano que ajuda outro ser humano, num ato de desprendimento e solidariedade, que exige dos médicos a vocação para uma das missões mais nobres da comunidade: a de salvar vidas e ajudar os doentes e necessitados a superar a dor de sua enfermidade.

"A doença é uma tristeza", definiu com sabedoria um médico neurologista. Ele quis dizer que a tristeza é a origem da doença, ou pelo menos da grande maioria delas, e não que seja triste estar doente ou ver alguém doente, embora também o seja. É o princípio psicossomático: quando o paciente sofre alguma tragédia ou padece de profunda depressão por quaisquer motivo, ou mesmo sem motivo, o organismo fica com baixa resistência e acometido de patologias, que variam de uma simples gripe a graves infecções. Invariavelmente o ser humano doente ressente outros problemas, sejam familiares, pessoais,profissionais, afetivos ou materiais, afirma esse médico.

Até meados do século passado, quando a tecnologia eletrônica e de medicamentos ainda não apresentavam grande desenvolvimento ou influência nos métodos de tratamento e diagnóstico de enfermidades, as pessoas contavam apenas com a experiência e sensibilidade dos médicos para tentar se curar. Hoje grande parte dos profissionais de saúde não dá a atenção devida aos pacientes porque delegam às máquinas a função de um diagnóstico preciso, e vêem os doentes como clientes fonte de renda, e não como seres humanos que precisam de ajuda. Como pode uma pessoa que pretende apenas se ajudar, ajudar outras a superar o que não entendem?

Nas guerras mundiais do século passado, e essa história é possível ver em inúmeros filmes que imortalizaram as barbáries até hoje praticadas, existiam grandes acampamentos com centenas de barracas em campo aberto e instalações precárias senso usadas por abnegados voluntários lutando para salvar vidas que o próprio ser humano tentava destruir em nome da honra, nacionalismo, e pelo poder político ou territorial. Não existia espaço físico adequado, nem equipamentos ou remédios sofisticados, mas lá estava o ser humano empenhado em sua missão de pelo menos aliviar a dor dos feridos com morfina ou sulfa, e principalmente uma palavra amiga.

O amor é o melhor remédio. É isso que nos ensina as assistentes sociais e voluntários que prestam serviço aos hospitais. Não são médicos e nem dependem de equipamentos para perceber entre as centenas de pessoas que lotam o Pronto Socorro diariamente, aquelas que mais precisam de ajuda, e correm para ajudá-las.

Não prescrevem remédios mas transmitem uma palavra amiga e de conforto. Não fazem uma sutura mas aliviam a dor com atenção e providências que podem ser apenas um copo de água ou uma cadeira para descansar. Não possuem bisturis, mas seu instrumento é o carinho e afeto para os mais carentes. Deus os abençoe, e que continue nos enviando criaturas como estas, porque a humanidade está precisando.

Liberdade e Democracia

Chegam a ameaçar profissionais de jornalismo e usam dos mais obscuros e ilegítimos meios

O trabalho dos jornalistas não é bem compreendido pelas pessoas públicas e poderosas, ou não aceito como deveria ser. Grande parte dos políticos e empresários se julga no direito de cercear a liberdade de imprensa e obstruir o trabalho de divulgação de informações que julgam prejudiciais às suas imagens ou negócios.

Dedinho em riste, chegam a ameaçar profissionais de jornalismo e usam dos mais obscuros e ilegítimos meios, como influências políticas e pessoais, subornos e ameaças, para impedir que o trabalho do jornalista chegue ao público leitor. O poder da imprensa não é pessoal ou empresarial. O único poder que a imprensa possui é o de levantar informações, ouvir as opiniões das pessoas, checar sua veracidade, e divulgá-las quando do interesse público. A opinião pública a respeito dos fatos, essa sim tem poder de impedir que práticas abusivas, desleais, desonestas ou mesquinhas, conquistem a perenidade que pretendem os poderosos.

O trabalho do jornalista é um instrumento da democracia, e não da Justiça. O jornalismo não julga ou condena ou absolve como os magistrados, pelo contrário, coloca à luz da verdade os fatos para que a comunidade julgue por seus próprios conceitos, discernimento e interpretações, e no confronto com sua consciência, se aqueles fatos relatados devem ser perpetuados, condenados ou absolvidos.

Aqueles que atentam contra a liberdade de imprensa não o estão fazendo somente contra o jornalismo ou a empresa de comunicação. Na defesa de seus interesses pessoais, políticos ou empresariais, estão atentando contra os interesses de toda a comunidade, que são a liberdade de informação, manifestação e opinião, sustentáculos básicos da democracia.

Valer-se de processos jurídicos argumentando práticas de calúnia, injúria ou difamação, é apenas mais um recurso de intimidação utilizado por essas pessoas. Uma das regras indispensáveis do bom jornalismo, é sempre ouvir todas as versões possíveis dos fatos, de todas as pessoas envolvidas, o que nem sempre é possível, mas sempre procurado.

Diante dos fatos não há argumentos que os desmintam, mas é possível que novos fatos venham contestá-los, proporcionando uma visão mais ampla da realidade. Isso é jornalismo. Justiça é outro departamento.

Éramos anarquistas


Foi plantada a semente do bem, pensávamos, e na nossa prepotência imaginávamos mudar o mundo

Éramos felizes e sabíamos. Andávamos de pés descalços, roupas coloridas, longos cabelos, e vivemos um dia de cada vez, como se a vida fosse só hoje, sem pensar amanhã. As armas de nossa revolução foram as flores, a música e o amor. Imagine todas as pessoas vivendo apenas para ao dia de hoje. Imagine um mundo sem países ou fronteiras, e conseqüentemente sem guerra. Era assim que imaginávamos mudar o mundo.

Seguíamos, sem o saber ou identificar, princípios cristãos, budistas, islâmicos, comunistas, e principalmente libertários, anarquistas. Dividíamos tudo, coisas e pensamentos, com todos. Com a política de não violência seguíamos Ghandi, e corremos atrás também do encanto musical de Beatles, Rolling Stones, Jimi Hendrix, Janis Joplin, Elvis Presley, Roberto e Erasmo, Gal, Gil, Bethânia, Chico, Caetano, Os Mutantes da Tia Rita, e tantos contemporâneos e muitos outros que os antecederam ou sucederam.

Foi plantada a semente do bem, pensávamos, e na nossa prepotência imaginávamos que íamos mudar definitivamente o mundo. Vamos mudar a ordem das coisas de tal forma organizada que não haverá mais poder central e todos vão poder decidir por tudo, sonhávamos.

Raul Seixas e John Lennon ajudaram a ampliar princípios anarquistas. Não jogávamos coquetéis Molotov, mas flores. Não pregávamos a violência, e sim o amor. Cristo já pregava a união comunitária e o desapego às coisas materiais. Nas concepções de Bakunin está claro que o anarquismo é um movimento transitório, intermediário nas mudanças revolucionárias, até que a situação se acomode em novo modelo de organização. O caos é o agente da mudança.

Vivemos um grande momento histórico e, como no anarquismo, foi transitório. Pensávamos em legar às futuras gerações todo esse conhecimento espiritual e consolidar um novo modelo das relações humanas, baseado na liberdade de escolha, na fraternidade e no prazer das emoções amorosas.

Não é possível precisar um momento ou período em que tudo desmoronou. Sem que percebêssemos o movimento esvaziou, pulverizou-se mesclado com outras culturas. O capitalismo triunfou transformando em produto de consumo as flores, a música e os amores, e seduziu os jovens a consumir para manter seu estilo de vida. As relações emocionais e espirituais foram dando espaço para desejos e necessidades materiais, e de sobrevivência.

O sonho acabou e muitas perguntas não querem calar.

Hoje somos apenas sobreviventes.

Triunfo da mediocridade

Quem trabalha muito erra muito.
Quem trabalha pouco erra pouco.
Quem não trabalha não erra.
E quem não erra é promovido.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Prefeito toma posse e oposição assume a Câmara


Resultado inesperado para mesa diretora muda composição de apoio ao prefeito

A re-eleição do presidente da Câmara Aurélio Cláudio (PDT), juntamente com uma mesa diretora formada principalmente por vereadores de oposição foi a grande surpresa durante a posse do prefeito Hélio de Oliveira Santos e dos vereadores no dia 1º de janeiro em Campinas.

Depois que a coligação que re-elegeu Hélio, Unidos por Campinas, conseguiu eleger 26 dos 33 vereadores, esperava-se que o prefeito fosse garantir ampla maioria na Câmara, mas a divisão dos parlamentares deixou a base de apoio com apenas 12 vereadores.

Além de não ter conseguido eleger seu candidato, o ex-presidente da Câmara Dário Saadi (DEM), o prefeito vai enfrentar ainda dois vereadores da oposição, Petterson Prado (PPS) e Valdir Terrazan (PSDB), em cargos estratégicos na mesa diretora, como primeiro secretário e primeiro vice-presidente, respectivamente. Aurélio foi eleito com 21 votos e Saadi conseguiu votos de apenas 12 vereadores.

Novas secretarias

Durante a solenidade de posse do Dr Hélio e o do vice-prefeito Demétrio Vilagra (PT) , o prefeito anunciou a criação de três novas secretarias: a Secretaria de Meio Ambiente, que terá o professor da Unicamp, Paulo Sérgio Garcia de Oliveira, como titular; a Secretaria de Serviços Urbanos, que será dirigida por Flávio Augusto Ferrari de Senço, que foi diretor do Departamento de Projetos, Obras e Viação.; e a Secretaria de Trabalho e Renda, que terá como secretário o presidente do diretório municipal do PT em Campinas, Sebastião Arcanjo, o Tiãozinho.

Em seu discurso o prefeito afirmou que assume o compromisso de tornar “Campinas a melhor metrópole não capital do Brasil e a melhor cidade para se trabalhar e viver”. Hélio prometeu também zerar o déficit de vagas em pré-escola no prazo de dois anos e colocar Campinas como a primeira metrópole brasileira a ter 100% do esgoto tratado até 2010.